"Ainda Estou Aqui" impulsiona a retomada do cinema nacional, afirma Ancine
O longa foi assistido por mais de 5 milhões de pessoas no Brasil e rendeu mais de R$ 100 milhões em bilheteria
247 - O secretário de regulação da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Tiago Mafra, disse que o filme “Ainda Estou Aqui” é uma “locomotiva” para a retomada do cinema nacional. O longa foi assistido por mais de 5 milhões de pessoas no Brasil e rendeu mais de R$ 100 milhões em bilheteria. A obra conta a história da luta de Eunice Paiva após o marido, o deputado Rubens Paiva, ter sido levado pelos agentes da ditadura militar nos anos 70.
“A impressão é de que houve mesmo uma disruptura, um retorno ao cenário anterior à pandemia, sendo ‘Ainda Estou Aqui’ a grande locomotiva, por ter sido premiado. Se abre caminho para as divulgações dos próximos filmes. É uma verdadeira locomotiva, em que vão se encarrilhando outros filmes”, disse em entrevista à CNN Brasil.
A partir das 21h (Brasília) de domingo (2), o filme dirigido pelo cineasta Walter Salles e protagonizado pela atriz Fernanda Torres disputa o Oscar em três categorias: Melhor Filme, Filme Internacional e Melhor Atriz.
“Ainda Estou Aqui” coincide com o avanço do cinema nacional, pois 10,4% do público das salas em 2024 procurou filmes brasileiros. O percentual não ultrapassou 5% em 2022 e 2023. O ano de 2025 foi recorde no número de salas em funcionamento no Brasil: existem 3.517, distribuídas por todas as regiões, em 460 cidades. O número supera aquele atingido em 2019, quando o país contava com 3.478 salas, em 433 municípios brasileiros.
De acordo com o secretário, o longa “parece puxar o retorno da sinergia entre cinema, campanhas de divulgação e público; parece abrir espaço para que ações de divulgação, novos lançamentos se beneficiem deste engajamento com o cinema”.
“Precisamos de mais filmes com orçamentos mais robustos, que foram trabalhados pensando em romper barreiras de público e renda. Junto ao parque exibidor forte, isso fortalecerá o cinema nacional”, complementou Mafra.
O filme
O longa foi baseado no livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, que narrou a história de sua mãe, a advogada e ativista pelos direitos humanos Eunice Paiva, durante a ditadura militar (1964-1985) no Brasil.
O enredo aborda a força da mulher, a resistência à opressão, a busca por desaparecidos políticos e a importância da memória, a partir do desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva em 1971. Ele teve seus direitos políticos cassados em 1964, com o golpe militar, foi torturado e assassinado, no Rio de Janeiro. O corpo nunca foi encontrado.
Em 1996, foi emitido o atestado de óbito de Rubens Paiva. Em 2025, a certidão de óbito foi corrigida para constar a informação de que a morte foi causada por agentes do Estado no período ditatorial.
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